Em 2008, Renata Brito, uma professora de inglês, residente na Barra da Tijuca, vai ao hospital visitar a sua avó, que está internada, terminada a visita depara-se, na saída, com um cão doente e abandonado, tentando socorrê-lo Renata contacta várias ONGs e grupos de protecção e obtêm sempre a mesma resposta: "Nós não fazemos resgates".
Renata conta que ficou dois dias sem conseguir concentrar-se no trabalho e nos estudos, sentia-se frustrada, ela já era voluntária em projectos de caridade, mas a partir daquele momento resolveu dedicar-se aos cães doentes e abandonados. Começou, então, a trabalhar num grupo de protecção, mas não se deu como satisfeita, porque apenas poucos cães eram recuperados e isso, conta Renata, "não resolvia o problema dos cães abandonados. Meu sonho é acabar o máximo com a crueldade, então parti para o meu próprio projecto".
Mas os animais mal tratados não estavam na Barra da Tijuca e Renata seguiu para a afastada Baixada Fluminense, a cerca de uma hora de caminho, onde pessoas idosas e carenciadas, que não tinham condições sequer para tratarem delas próprias, possuiam uma grande quantidade de animais.
De Mesquita (uma cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro), uma senhora contactou-a, dizendo que tinha sido despejada e que tinha 50 animais, quando Renata foi ao local, constatou que eram 150; um familiar cedeu uma propriedade em Japeri e Renata fazia quilometros, três vezes por semana, para tratar de todos estes cães, esta situação terminou quando Renata foi alvo de duras críticas por parte da senhora que havia sido despejada.
Renata decidiu que o seu dinheiro seria melhor aproveitado se ela tivesse o seu próprio "cantinho", foi então que decidiu ir morar para Anchieta, um bairro próximo da Baixada Fluminense e transferir cerca de 100 cães de um outro lar carente.
Renata Brito foi ainda a responsável por um abrigo, com 70 cães, que estava instalado num terreno abandonado em Nilópolis, até que a Autarquia local resolveu demolir o local para construir um museu; os animais foram apreendidos e levados para Nova Iguaçu, onde estão inacessíveis, o caso chegou aos meios de comunicação social, Renata entrou com uma acção judicial e o caso ainda não foi julgado.
Hoje Renata concentra-se exclusivamente no seu abrigo em Anchieta, promovendo o seu trabalho no facebook, o projecto actual de Renata Brito é terminar a construção dos canis no abrigo de Anchieta e os seus sonhos são os de desenvolver projectos de esterilização/castração de animais em comunidades carenciadas ou errantes e o de ver construído um hospital veterinário público no Rio de Janeiro.
Por cá temos a certeza que a Renata, com apenas 32 anos, irá conseguir cumprir os seus objectivos, projectos e sonhos, é uma mulher determinada, ama os seus patudinhos e tem uma coragem e uma força de vontade dignas de admiração, o seu trabalho em acolher e proteger animais que ficaram com alguma incapacidade física é um exemplo para todos, uma lição de inclusão e de amor.
Texto baseado na entrevista e trabalho de Bira (ler mais aqui). Fotos retiradas do trabalho de Bira e do facebook de Renata Brito.
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